Em face da apresentação da PEC 108/2019, os conselhos profissionais de Minas Gerais se uniram para mostrar à sociedade a importância da existência dos conselhos. A presidente do Conrerp3 Anita Cardoso redigiu uma carta à sociedade como forma de explicar a importância deste movimento dos conselhos.
Carta aberta à sociedade
Senhoras e Senhores,
Vamos falar de crise?
Sim, sobre crise.
Aquilo que sai do nosso controle. Aquilo que nos gera problemas, caos. Aquilo que gera conflito.
Mas para falar sobre crise, seja ela qual for, precisamos falar sobre público.
E ninguém entende melhor de público do que os Relações Públicas.
Sim, são os profissionais de Relações Públicas que vão ajudar as organizações sejam elas, celebridades; empresas privadas; órgãos governamentais; OSCs; etc, a entender, mediar e relacionar-se com os públicos.
Comecemos citando o artigo 174 A da PEC 108, que diz: “A lei não estabelecerá limites ao exercício de atividades profissional ou obrigação de inscrição em conselho profissional sem que a ausência de regulação caracterize risco de dano concreto à vida, à saúde, à segurança ou à ordem social.”
Pois bem, senhoras e senhores.
O que é risco de dano concreto à vida? À saúde? À segurança? Ou à ordem social?
Quando nos comunicamos com a sociedade, nos comunicamos de maneira correta?
Consigo entender cada risco iminente ao relacionamento com as diversas sociedades?
Um político, por exemplo, ao se posicionar diante das mídias, dependendo de sua fala, posicionamento ou cultura, pode gerar uma guerra, uma crise econômica, uma crise de imagem comercial, uma crise ambiental, etc.
Guerra não seria risco à vida?
Crise econômica não seria risco à ordem social?
Crise ambiental não seria risco à saúde?
Estamos falando de risco.
E são sim, os profissionais de Relações Púbicas, os mais preparados para fazer uma gestão antecipada de riscos.
Gestão de riscos demanda conhecer cada público de interesse da organização. Demanda mapear suas culturas, seus valores e suas necessidades de interface.
Demanda planejar o que propor, o que dizer, como falar e como se posicionar com cada um, para que o impacto deste relacionamento seja benéfico.
Não é sobre RISCO que se trata o artigo 174 A da PEC 108, senhoras e senhores?
Partindo-se desta premissa de minimizar riscos à sociedade como prevê o artigo citado, temos sim, nós Relações Públicas, um papel crucial na defesa da sociedade.
Maquiavel, no livro o Príncipe, cita: “Os fins justificam os meios” e nós Relações Públicas não concordamos com esta frase. Para nós “Os meios justificam os fins”.
Criamos meios ou mecanismos para minimizar riscos de relacionamentos.
Criamos meios ou mecanismos de proteção à vida, à saúde, à segurança ou à ordem social.
Não se faz planejamento após o caos. Gestão de risco requer mapeamento anterior.
Fazemos gestão de risco antes. Monitoramos os possíveis impactos de um risco, antes. Planejamos ações para não corrermos riscos, antes.
Como planejamos?
Conversando com cada público. Entendendo cada público. Mapeando necessidades e interesses de cada público. Fazendo uma análise de possibilidades entre a organização e o público. Entendendo os pontos fortes e fracos de cada público.
Senhoras e senhores,
Trata-se de um trabalho minucioso e delicado que dá ao político, ao empresário, ou à celebridade uma visão ampla de como agir, como falar, como dizer não, como dizer sim, como contestar, como negociar.
Entender os públicos e seus riscos, minimiza crises.
Estabelece conforto nos relacionamentos.
Amplia interfaces, negociações e satisfação entre as partes.
Promove o relacionamento humanizado.
Para finalizar senhoras e senhores, o artigo 174 A da PEC 108, diz tudo sobre nós e sobre a importância de estarmos à frente da proteção e harmonização da sociedade.
Respeitosamente,
Anita Cristina Cardoso Magalhães
Conrerp 3 / 1227
Presidente do Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas 3ª Região
Minas Gerais e Espírito Santo